Consumo exagerado deve ser o responsável por colapso da Terra nas próximas décadas

A sede por consumir e explorar tudo o que o mercado e a indústria têm a nos oferecer trouxe um déficit antecipado para o planeta este ano. No mês de agosto, as pesquisas feitas pela Global Footprint Network (GFN) – organização que mede a pegada ecológica das atividades humanas no mundo – constataram que o “Dia de Sobrecarga da Terra” aconteceu cinco dias antes, se comparado a 2015.

Isso significa que gastamos em apenas oito meses todos os recursos que a Terra é capaz de nos oferecer de forma sustentável ao longo de um ano. Para o administrador e ativista ambiental, Fábio Feldmann, grande parte da responsabilidade desse esgotamento precoce está diretamente ligado a nossa geração. “[Ela] detém maior responsabilidade em relação ao futuro do planeta. Os estudos científicos mais importantes apontam para a necessidade de uma redução dramática do lançamento dos gases de efeito estufa nas próximas três décadas”, pontua. As estimativas apontam que até o final de 2016, teremos consumido 1,6 planetas Terra.

Esse saldo negativo não deve passar batido e a perspectiva é que no longo prazo cobre juros altíssimos pelos excessos humanos. À medida que o consumo aumenta, também estimulado pelo crescimento populacional, nossa dívida ecológica deve intensificar a perda de bens e serviços ambientais, o desequilíbrio climático, a redução das florestas, o colapso dos recursos pesqueiros, escassez de alimentos, entre muitos outros fatores.

O Brasil é um dos poucos países que ainda pode se considerar com “créditos” na questão de Sobrecarga da Terra, mas mesmo assim precisa ficar atento para não perder a mão e retroceder nas medidas sustentáveis para repor o que tira do ecossistema. Nos últimos 50 anos, o país viu seus recursos florestais caírem 9%, os recursos de terras cultiváveis multiplicados por 5,5 e as pastagens mais do que dobrarem. Em questões de consumo, a pegada ecológica do Brasil aumentou 249%.

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