Construir de forma sustentável tem sido pauta de diversos segmentos. Sabemos que não é mais possível usar indiscriminadamente os recursos dados pela natureza e que a conservação do ambiente em que vivemos é vital para que a vida em comunidade possa ser mais equilibrada. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o setor da construção civil tem papel importante no desenvolvimento global de desenvolvimento sustentável, por ser um dos setores que mais consomem recursos naturais.
“Além dos impactos relacionados ao consumo de matéria e energia, há aqueles associados à geração de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção”, apontam em nota.
Na busca de minimizar os impactos ambientais provocados pela construção, surge o paradigma da construção sustentável. No âmbito da Agenda 21 para a Construção Sustentável em Países em Desenvolvimento, a construção sustentável é definida como: “um processo holístico que aspira a restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído, e a criação de assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade econômica”.
No contexto do desenvolvimento sustentável, o conceito transcende a sustentabilidade ambiental, para abraçar a sustentabilidade econômica e social, que enfatiza a adição de valor à qualidade de vida dos indivíduos e das comunidades.
O que é?
A construção sustentável é uma forma de se construir casas e edifícios, harmonizando-os com o meio ambiente. Ela procura, durante toda sua produção e pós-construção, amenizar os impactos à natureza, reduzindo o máximo possível os resíduos e utilizando com eficiência os materiais e bens naturais, como água e energia. Além disso, é imprescindível a aplicação de materiais recicláveis e de menor impacto ambiental, como madeiras reflorestadas e tijolo de adobe, por exemplo.
A aplicação desse conceito entrou na pauta dos arquitetos após a Crise do Petróleo, dada na década de 1970, amenizando a utilização de energia e procurando novas formas de utilizá-la. Após o término da crise, o conceito não sumiu, pois a tendência de levar a sustentabilidade cada vez mais a sério só evoluiu a partir de então.
É importante destacar que somente durante parte do século XX as diretrizes da chamada arquitetura bioclimática (que veio a se chamar arquitetura sustentável) foi perdida. Isso porque as construções sempre levaram em consideração clima, ambiente, natureza etc. e, durante o século XX, iniciou-se uma filosofia dentro da construção civil de quase abandono dessas diretrizes naturais, dado o crescimento exponencial das cidades. O impacto sobre a natureza nesse século foi absurdo, e somente a partir de sua segunda metade passou-se a rever essa política e seus impactos.
A década de 1990 foi imprescindível para a construção sustentável. O conceito de sustentabilidade passou a ter mais força junto aos órgãos internacionais e a busca por alternativas mais econômicas e sustentáveis na construção civil se intensificou.
Segundo o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura, a construção sustentável ou bioconstrução “deve contemplar o aproveitamento do meio natural sem causar prejuízo algum sobre a sustentabilidade, devendo aplicar o desenvolvimento tecnológico para a concretização de uma maior poupança energética e a diminuição dos resíduos, sem esquecer o aspecto estético, um dos vários fatores que determinam a habitação”.
Como fazer?
Prédios ou casas sustentáveis devem levar em conta algumas características para assim serem consideradas. O principal deles é o respeito ao ambiente que os cerca, a comunidade e aos recursos naturais.
Em casas, por exemplo, a utilização de madeiras reflorestadas, com selo de certificação, de painéis fotovoltaicos, para uso da energia solar, vasos sanitários com redução de água, estética inteligente a se utilizar a luz do sol e aproveitar seu calor ou amenizá-lo, a fim de reduzir o consumo de energia por ar condicionados ou ventiladores, são formas de deixar seu imóvel mais sustentável.