As mulheres da Engenharia

Por muito tempo, a força das mulheres era vinculada exclusivamente aos cuidados com os filhos. E de fato, essa relação continua sendo primordial. Mas, com o passar do tempo, elas também passaram a conquistar espaço nos mais diversos ramos do mercado.

Na engenharia, não foi diferente. Conhecida por ser uma área majoritariamente masculina, houve um tempo em que existiam pessoas que acreditavam que as mulheres eram incapazes de realizar as atividades que o setor exige.

Aos poucos, a inserção das mulheres nas engenharias se tornou cada vez maior e, inclusive, é uma tendência. Mas, para que isso fosse possível, algumas mulheres precisaram lutar contra o preconceito e batalhar pelo seu espaço, para que se tornassem pioneiras no setor.

É sobre elas que vamos falar a seguir. Na sequência, vamos contar um pouco sobre a história de 5 grandes mulheres da engenharia civil. Afinal, existe forma melhor de celebrar o Mês das Mães do que reconhecer o poder e o trabalho duro de mulheres que fizeram e fazem parte do crescimento do setor?

Emily Warren Roebling

Você certamente já ouviu falar na Ponte do Brooklyn, em Nova York, certo? Pois saiba que a história da construção dessa ponte está diretamente relacionada a uma mulher. Washington Roebling era o engenheiro-chefe do projeto. Porém, o mesmo acabou ficando doente e impossibilitado de dar sequência ao trabalho.

A partir deste momento, sua esposa, Emily Warren Roebling, assumiu a supervisão da obra e precisou lidar com políticos, engenheiros e operários relacionados à mesma. E se você acha que ela foi uma mera porta-voz, está enganado. Ela também usou seus conhecimentos e estudos da área de engenharia para colaborar com o projeto.

Mas isso não é tudo. Emily também foi a primeira mulher a ser bem recebida e a discursar publicamente na Sociedade Americana de Engenheiros Civis. Na ocasião, ela participou do evento para defender a permanência de seu marido no cargo de engenheiro-chefe da obra.

Enedina Alves Marques

Se você quer saber quais foram as grandes mulheres da Engenharia Civil, saiba que Enedina Alves Marques está entre as principais. Afinal, ela foi a primeira mulher negra a se formar em engenharia no Brasil. Além disso, também foi a primeira mulher do estado do Paraná a obter essa graduação.

Formada em engenharia civil em 1945, ela começou o curso em 1940, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Paraná (UFPR). Ao obter o diploma, se tornou auxiliar de engenharia na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas do Paraná.

Mais tarde, Enedina atuou no Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica, onde realizou um de seus grandes feitos como engenheira: a construção da Usina Capivari-Cachoeira. Mas isso não é tudo. Ela também trabalhou no Plano Hidrelétrico do Paraná e contribuiu para o aproveitamento dos rios Capivari, Cachoeira e Iguaçu.

Evelyna Bloem Souto

Evelyna Bloem Souto foi a primeira mulher do curso de engenharia civil, da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos. Como aluna na graduação, Evelyna participou de mais de 60 congressos em diferentes países e também recebeu bolsas de estudos para realizar pesquisas em diferentes universidades, como a de Harvard, por exemplo. Mas, infelizmente, sua história não é composta apenas por conquistas, ela também nos mostra o preconceito vivido pelas mulheres do setor.

A primeira bolsa de estudos que recebeu foi em Paris, na França. Na época, ela e mais 10 alunos homens foram fazer uma visita a um túnel que estava sendo feito para ligar a França à Itália. Porém, Evelyna foi impedida de entrar. Para que pudesse participar da visita, ela foi obrigada a vestir roupas masculinas, prender o cabelo, colocar galochas e desenhar bigode e barba em seu rosto.

Você pode estar se perguntando o motivo para essa imposição e a razão era: a entrada de mulheres em construções era proibida, mesmo que a universidade aceitasse alunas nas salas de aula.

Esse não foi o único caso de preconceito que Evelyna vivenciou. Durante a criação do Departamento de Geologia e Mecânica dos Solos, o presidente a fez assumir um cargo de bibliotecária, para que não soubessem que ela era engenheira. Graças ao seu conhecimento e dedicação, em pouco tempo conseguiu conquistar seu espaço, alcançando cargos de chefia.

Maria do Amparo Xavier

Maria do Amparo Xavier é conhecida por ser a primeira mulher mestre de obras da Bahia. Mas não pense que ela já começou no topo. Na verdade, sua história na engenharia civil foi construída de forma lenta e gradativa.

Maria iniciou como servente, varrendo canteiros de obra e passou por todos os cargos que você possa imaginar. Ela foi carpinteira, pedreira, armadora e durante muito tempo, foi a única mulher dentre os trabalhadores da obra. Após anos de esforço, finalmente alcançou o cargo de mestre de obra.

Dentre as principais obras em que trabalhou, podemos destacar a construção do metrô soteropolitano. Além disso, em 2019, ela também emprestou seu nome para o projeto “Marias na Construção”. Uma iniciativa criada para capacitar mulheres, para que elas possam trabalhar na construção civil. Hoje, Maria defende a presença das mulheres no setor, atuando nos cargos de secretária da Mulher da Força Sindical e no Sintepav/Bahia.

Edwiges Maria Becker Hom’meil

Edwiges Maria Becker Hom’meil também merece seu espaço nessa lista, afinal, ela foi a primeira engenheira formada no país. Em 1917 ela concluiu o curso na Escola Politécnica da UFRJ, abrindo espaço para todas as outras mulheres que desejavam ter a mesma profissão.

Vale ressaltar que isso aconteceu mais de um século após a criação do primeiro curso de engenharia. Afinal, a primeira escola de engenharia de que se tem registro no Brasil é a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, instalada no Rio de Janeiro em 1792.

Você acaba de conhecer a história de 5 grandes mulheres da Engenharia Civil. Elas são a prova de que as mulheres podem realizar qualquer tipo de atividade a qual estão dispostas e que sua força pode trazer inúmeros benefícios para qualquer setor, especialmente para as engenharias.

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